Amigos, tenho me deparado com várias perguntas acerca deste tema, então, achei bem conveniente hoje abordar e colaborar para que muitos saibam as diferenças e benefícios de raquetes mais simples, quando comparadas com materiais top de linha. Vamos entender as vantagens da troca, quando trocar e como funciona a transição, se existem problemas de começar com uma raquete “top”, etc.
Assim como nos automóveis, as marcas do tênis possuem diversas linhas de raquetes, portanto, você encontrará dentro da mesma marca, diversos modelos com qualidades, materiais e tecnologias distintas. Ou seja: uma marca de ponta nem sempre terá apenas modelos de ponta. Digo isso pois vejo diversos iniciantes afirmando: “Compre da marca “x” pois é melhor, quando na verdade o que se deve avaliar são outros itens. Também podemos afirmar que nem toda raquete top de linha em tecnologia e materiais será boa para um iniciante, conforme veremos a seguir. Mas para exemplificar, uma pessoa que está entrando no tênis não poderia começar usando uma raquete como a de Roger Federer, que apesar de ser de altíssima qualidade e reunir as principais tecnologias e materiais da Wilson, exige que o jogador tenha uma batida praticamente perfeita em t odos os golpes, além de um swing bem longo, o que em geral os iniciantes não têm.
Começar no esporte usando itens de primeira qualidade não é prejudicial, muito pelo contrário. Se uma pessoa deseja ingressar no tênis optando por usar um material top de linha, além de desfrutar de benefícios que não estão diretamente ligados ao nível de seu jogo (como o conforto, menores vibrações nocivas ao braço do atleta, peso, etc, referindo-nos ao caso específico da raquete), ela não precisará trocar de raquete rapidamente. É normal, após poucos meses de evolução, o tenista sentir a necessidade de um material melhor, pois o mais simples acaba limitando sua evolução no tênis.
Ouço muito também pessoas dizendo que querem começar com as raquetes mais simples pois irão raspar toda hora no piso da quadra. Eu pessoalmente discordo! Pois eu acho que apenas com o tempo, jogadores irão ter capacidade de chegar em bolas mais baixas e em diversos outros tipos de bolas que acabam raspando e gastando a raquete! Mas se você pretende começar no tênis e não tem certeza se vai gostar (o que eu duvido!), é normal iniciar com produtos mais simples (sabendo que irá trocar com certa rapidez), eles não irão atrapalhar seu aprendizado.
Quando se ingressa no tênis usando equipamentos de iniciante, é normal no curto/médio prazo tomar a decisão de trocar por uma raquete melhor. Quando isso acontece, o ideal é buscar informações com seu professor (que poderá indicar o tipo de jogo que você tem ou o caminho que está seguindo) para ajudar na escolha de uma raquete que, genericamente falando, trará maior potência ou controle (para saber mais sobre as diferenças das raquetes, vide as outras matérias dessa coluna). Com as informações que obtiver, poderá trocar ideias com profissionais especializados das lojas de raquetes, escolhendo um bom material que certamente trará um belo “upgrade” ao seu jogo. Eu diria que o prazo normal para uma troca de equipamento é de 5 a 8 meses após o início, sabendo que antes das top de linha, você ainda poderá ficar no degrau das raquetes intermediárias. Fica ao critério de cada um e opções não faltam no mercado. Mas afirmo que a melhora é notória.
Concluindo, se você está começando no tênis, certamente terá produtos que cabem no seu orçamento. Iniciar com modelos mais simples não irá atrapalhar, mas caso possa começar com algo de maior qualidade não terá problemas (desde que sempre procurando ajuda de algum profissional da área). Se você começar com uma boa raquete, não precisará trocar (ou seja, durará o quanto você conservar) e ainda terá benefícios (principalmente na área de firmeza no golpe e menores vibrações ao braço). Uma boa dica para quem quer algo de maior qualidade na área das raquetes, é buscar um modelo com a menor quantidade possível de alumínio na liga (as raquetes mais simples são feitas em alumínio ou fusão de alumínio com grafite, o que gera maior vibração). As raquetes de performance NUNCA terão alumínio na composição.
Grande abraço e até a próxima!
Fabrizio Tivolli foi o encordoador oficial do Brasil Open; atuando também em torneios estaduais e brasileiros. Formado em encordoamento e análise técnica de raquetes por Lucién Nogues na convenção Babolat. É técnico e consultor de equipamentos tenísticos; encordoador e proprietário da Tivolli Sports (http://raquetemania.com.br); de Alphaville – loja patrocinadora da Liga Alphaville de Tênis. Escreve sobre equipamentos também para a Federação Paulista.
Crédito: Matéria anteriormente publicada em http://tenisbrasil.uol.com.br/instrucao/139/Raquetes-de-iniciantes-ou-de-performance/
Essa matéria também foi publicada aqui a pedido do próprio Fabrizio Tivolli, autor do conteúdo, como patrocinador da Liga Alphaville de Tênis.